A guerra urbana no RJ e o conseqüente bombardeio na mídia dos acontecimentos nos morros cariocas trouxe mais uma vez uma discussão que insisto há muito tempo com meus alunos e colegas: a necessidade de entender minimamente de armamentos.
Dizer que isso é coisa de militar ou policial, e que para o povão tanto faz dizer fuzil ou metralhadora é uma grande irresponsabilidade.
A grande maioria dos coleginhas trata o tema com visão tacanha, adestrada pelos filmes de guerra ou seriados policiais. Um festival de lugares comuns e absurdos.
Não se pode subestimar a inteligência do público achando que basta dramatizar o noticiário supervalorizando o poder de destruição de certas armas, sem explicar para que elas realmente servem. Isso faz toda diferença na hora de dizer a verdade.
Muitas das armas apreendidas com o tráfico são peças de museu para as quais nem se fabrica mais peças ou munição. Mas repórteres afoitos se impressionam e logo transformam sucatas bélicas em armas poderosíssimas capazes de derrubar helicópteros.
Claro que os traficantes também conseguem armamento moderno, mas isso é raro. E aí ficamos naquelas coisas vagas do “armamento pesado” (o que é isso afinal?), “armamento de guerra”, e outras expressões banais e inconsistentes.
Hoje o menu de qualquer vídeo game de combate traz uma gama de armamentos que reproduz fielmente os manuais dos fabricantes. Ou seja, a gurizada adolescente sabe muito mais do que a maioria dos jornalistas que cobre as ações policiais.
Está na hora de fazer mais jornalismo e menos filminho nas coberturas policiais. Jornalistas precisam estudar melhor o assunto, assim como os veículos deveriam se preocupar em trazer especialistas para atualizar suas equipes.
Que orgulho de ti!
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