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José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, é um destes personagens centrais que não apenas movem as engrenagens, mas decidem quais polias devem ser azeitadas e quais devem ser descartadas.
Quando se discute as origens da televisão no Brasil e seus barões, os nomes mais lembrados sempre são Assis Chateaubriand, Roberto Marinho e outros empreendedores.
Boni não foi um magnata da comunicação. Mas viveu o nascimento da TV brasileira. E acumulou um poder equivalente ao dos chefões daquela mídia que crescia no Brasil um tanto tardiamente.
A autobiografia lançada em 2011 é uma viagem interessantíssima aos primórdios do mundo mágico da telinha tupiniquim. E atravessa décadas para chegar aos dias de hoje, com um relato muito rico sobre os caminhos e descaminhos das redes de TV. Com destaque, claro, para a Rede Globo, onde Boni imperou por 30 anos.
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Boni traça uma espécie de linha do tempo onde estão todos os principais acontecimentos na trajetória da TV brasileira, com todos os seus personagens mais relevantes: criadores, artistas, técnicos, chefões, mitos, etc.
Mas em minha opinião, o mais interessante são os relatos sobre as tomadas de decisão. Os processos de escolha de personagens-chave, os conflitos, as delicadas operações para aparar arestas entre autores, diretores, atores e outras tantas figuras envolvidas num mundo onde a vaidade, a soberba e o despotismo se mesclavam com o profissionalismo, o amor à arte e ao desafio de inventar e dar uma cara à TV brasileira.
Não menos interessantes são os episódios que envolvem a aura de quarto poder que sempre pairou sobre a Globo.
Boni fala das relações da rede com o grupo Time –Life e os militares do Golpe de 1964, a cobertura das Diretas Já e também os bastidores da polêmica edição do debate presidencial entre Fernando Collor e Lula.
Boni é um daqueles personagens que sempre alimentarão acalorados debates sobre poder da (ou na) comunicação, e a influência da mídia nos destinos da nação.
Mas o livro, inegavelmente, é uma grande contribuição tanto para os admiradores quanto os detratores do homem que criou o plim-plim.
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