sábado, 1 de janeiro de 2011

Repórter, o contador de histórias

Uma história bem contada pode ficar muito mais interessante que outra com assunto mais forte, mas relatado de forma burocrática.

O repórter não pode ser o redator de uma ata, como se, ao invés de exercer seu papel de testemunha ocular do fato, agisse como uma enfadonha secretária redigindo o resultado de uma reunião de diretoria. 

Não basta descrever o fato e seus elementos básicos. A matéria tem que ter charme, personalidade. Seja uma reportagem policial ou a análise de um setor da economia.

Isso não faz do repórter dono dos fatos e muito menos senhor da verdade. Contar bem uma história é extrair dela seus melhores ingredientes e temperar com um olhar especial, que vá além da simples observação dos acontecimentos e do uso correto dos dados.

É aí que entra a capacidade pessoal do repórter.

Usando seus recursos de imaginação e base de informação (cultural inclusive), ele vai saber encontrar uma maneira de contar a história com estilo e classe.
E fazer a diferença.

Sempre que possível, o repórter deve “conduzir” o público pela matéria, seja jornal, rádio ou TV.
É preciso cativar o leitor, ouvinte ou telespectador, já nas primeiras linhas. E contar a história prendendo a atenção até o fim.

Há vários recursos para tornar uma reportagem atraente: texto fluido, direto e cativante; uso de figuras de linguagem, metáforas, referências cinematográficas ou literárias, etc.

Claro que cada mídia requer um tratamento específico. Em reportagens de TV, obviamente as imagens são a principal ferramenta. Takes precisos harmonizados com um texto bem costurado, e uma participação equilibrada do repórter garantem o sucesso da matéria.

Em rádio, a aplicação criativa de sons ambientes, trilhas musicais, uso criterioso das entrevistas e uma performance sensata do repórter dão o ritmo necessário para segurar a atenção do ouvinte.

Em jornal, a base, claro, é uma boa redação (e não falo só de gramática correta), com a ajuda sempre que possível, de fotos e outros recursos como infográficos. O mesmo vale para o texto na web, com as vantagens das plataformas multimídia.

É fundamental fugir dos lugares comuns e referências previsíveis.

No caso de TV ou rádio, especialmente, o repórter deve ter muito cuidado ao imprimir seu estilo pessoal.
É preciso saber o limite entre uma performance com classe e uma postura boba.
Muitos repórteres ficam tentados a fazer gracinhas no texto para tentar dar um certo clima, mas acabam resvalando no ridículo.
E condenando a matéria.     


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