quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CAIU A AUDIÊNCIA DO JORNAL NACIONAL. E DAÍ??

Cada vez que se anuncia que o mítico Jornal Nacional perdeu telespectadores, a coisa soa como se o “império” Rede Globo estivesse começando a ruir...

É conversa de botequim – ou, melhor ainda, combustível ideal para animar calorosas e xiitas discussões nos diretórios acadêmicos dos cursos de comunicação.

Pois a Folha de São Paulo deu que a audiência do JN caiu 24% desde 2000. Muito bem, e aí?
É, de fato, um número preocupante para um programa que historicamente liderou com folga o segmento e sempre ditou regras para os concorrentes.   

Pode-se discutir se a fórmula do JN está se desgastando, se Bonner e Fátima já não são mais o casal 20 da TV brasileira, etc, etc.
Mas o JN e o chamado padrão Globo continuarão a ser referências de qualidade em telejornalismo por muito tempo, queiram ou não os profetas da mídia.

Antes de levar o debate para o campo fútil do maniqueísmo e das teorias mirabolantes sobre a “democratização” da comunicação, é preciso entender que o mercado de comunicação mudou muito nos últimos 20 anos.

As redes concorrentes da Globo evoluíram, e outras surgiram. Os telejornais nacionais da Band, Record, SBT e outros melhoraram muito a qualidade da sua produção.  
A TV a cabo se proliferou (incluindo a ilegal) e outras mídias também ganharam espaço.

Ou seja, o público telespectador hoje tem muito mais opções.
E nesse contexto é mais que natural que a líder perca terreno.
Seria muito estranho se isso não acontecesse.

Bem, o que vem pela frente é outra história.
Ainda tem muita coisa para acontecer, especialmente por conta dos ventos cada vez mais fortes que sopram da era digital.

Uma coisa é certa: as peças sempre se acomodam neste tabuleiro.
E pelo andar do jogo, quem está ganhando é o telespectador.


8 comentários:

  1. Minha aposta está na Blogosfera, mesmo com o crescimento das redes sociais.

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  2. Excelente, Ricardo. Jamais vou deixar de assistir a bons telejornais e o JN ainda tem excelência em telejornalismo, apesar de alguns exageros em certas coberturas.

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  3. Achei teu texto superficial e claramente tendencioso. E porque as aspas na palavra democratização? Você acredita mesmo que o poder da informação deve se concentrar nas mãos de poucos e tendenciosos editores? Preciso ser jornalista pra produzir contéudo de qualidade?
    Tu tens uma biografia extensa na tua área, mas esse teu texto não justifica tua bagagem...

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  4. Caro Xande
    As aspas em "democratização" denotam que o discurso em torno de monopólios, oligarquias e outras expressões ainda é contaminado por conceitos ultrapassados e ideologizados. A realidade está aí, em mil canais. A verdadeira democratização já está acontecendo há tempos; editores tendenciosos sempre existirão, aqui e em qualquer parte do mundo. O público é que decide em quem acreditar. E hoje ele tem muito mais poder para isso. Um abraço e obrigado pelo comentário.

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  5. Certo Ricardo. Seguirei acompanhando, mas devo dizer que a queda na audiência se deve não só ao crescimento das concorrentes, mas principalmente ao esvaziamento do conteúdo.
    Deve-se também ao fato de que a Grande Dona do Rio não cita eventos esportivos e culturais cujos direitos de transmissão não sejam dela.
    Deve-se à linha editorial 'marrom' e tendenciosa.
    Mas, como você mesmo disse, quem decide em quem acreditar é o povo, e este já vem decidindo há tempos...chega de apresentadores de telejornais que insistem em 'comentar' cada notícia, chega de 'Casal 20'.
    Saudades de jornalistas como Aloysio Biondi, que tinham culhões e escreviam o que achavam que deviam escrever, faziam jornalismo verdade.
    Não se faz jornalismo de oposição neste país, o antro das maracutaias.....
    Abraço, Ricardo.

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  6. Ricardo disse: "...editores tendenciosos sempre existirão..."

    Na internet isso também acontece. Mesmo na Wikipedia (que estufa o peito para dizer que seu conteúdo é fruto da construção coletiva) é possível observar um controle da informação que existe nas páginas mais visitadas.

    Em páginas importantes é quase impossível incluir um link externo para um site que trate do assunto da página.

    A Globo é um ícone do imperialismo, mas já há muitos anos não é a única a exercer o controle e o monopólio da informação!

    Aliás, o que é ser tendencioso? O controle sobre a informação que há na Wikipedia por uma pessoa só me incomoda porque me prejudica diretamente. Do contrário, provavelmente eu nem perceberia.

    Acho difícil não agirmos de forma tendenciosa, ao menos uma vez na vida. Somos falíveis por natureza.

    Não estou defendendo a Globo, o autor do blog ou quem quer que seja. Só não tenho a ingenuidade de acreditar que em um contexto social não haja relações de poder entre grupos concorrentes.

    Se hoje temos a Globo, amanhã poderemos ter outra instituição que exercerá o mesmo controle para perpetuar-se no poder.

    O importante nisso tudo, é que somente em um blog temos a liberdade de expressarmos nossas diferenças.

    Abraços

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  7. "Não estou defendendo a Globo, o autor do blog ou quem quer que seja." Não, você está defendendo quem? A minha mãe?
    Aceitar passivamente e achar natural o monopólio da informação e linhas editoriais tendenciosas, ou é burrice, que não é o seu caso, ou comodismo, por beneficiar-se da estrutura assim como está.
    Assim como você tem sua opinião, tenho a minha, e acho que não sou ingênuo, como tu disseste.
    E não só nos blogs encontro espaço pra me expressar, e creio que você também tem outros meios de passar seu recado, emitir sua opinião.
    Bom fim de semana a todos.

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  8. A existência dos blogs e outras formas de mídia, com a inquestionável liberdade de expressão que proporcionam, é uma das provas mais eloquentes de que a democratização da informação avança e é inexorável. Grandes corporações de mídia fazem parte da realidade do mundo, e sua influência sempre será proporcional ao poder que exercem sobre o mercado e os governos. E, antes que digam que a web é apenas uma trincheira de resistência contra os monopólios,lembrem que hoje o principal meio de informação dos jovens - já comprovado - não é a televisão nem os jornais impressos, e sim a internet. As corporações são e continuarão sendo poderosas, mas cada vez mais terão que seguir as tendências de informação, e, acima de tudo, a inevitável consolidação da conscientização das sociedades. Mesmo com tanta gente anda preferindo acompanhar o patético espetáculo dos BBBs.

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