segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

ARTESÃOS DE IMAGENS 1 - MILTON COUGO

MILTON COUGO é um dos mais respeitados repórteres cinematográficos do país, com 27 anos de experiência em captação de imagens, coordenação de equipes, instrutor, supervisão de imagens e direção de fotografia. Trabalhou na RBS TV, Rede Globo, TVE, SBT e Band de Porto Alegre e São Paulo, além de produtoras do centro do País. Foi o primeiro repórter cinematográfico a presidir a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul – ARFOC-RS. É um mais premiados no sul, com vários prêmios ARI, Mov.Direitos Humanos, Wladimir Herzog e o primeiro Prêmio Esso para uma equipe de TV gaúcha, do SBT. Participou de várias coberturas internacionais e em campanhas políticas no Rio Grande do Sul, Roraima, São Paulo e no Paraguai. Atualmente trabalha na Unidade de Comunicação do Sistema FIERGS.

1) A imagem mais difícil que já gravou:

- As imagens mais difíceis sempre foram as que envolveram perda de vidas e catástrofes.

2) O pior momento para um cinegrafista:

- A perda de uma imagem que não poderia deixar de ser registrada ou o registro de uma situação triste em que ficamos impotentes.

3) A imagem mais gratificante:

- É imagem do dever cumprido, da denúncia, de saber que a imagem pode de alguma forma contribuir para ajudar a sociedade. E também os flagrantes de belas imagens.

4) Maior perigo que já enfrentou trabalhando:

- Foram muitos, aqui vão alguns: caí num rio gelado na Suíça e não sabia nadar, fui assaltado e ameaçado com arma de fogo em São Paulo e levaram a câmera; estive em meio a uma troca de tiros no Paraguai em função do assassinato do vice-presidente, gravei os conflitos na crise econômica da Argentina com intoxicação por gás, presenciei tiroteios na entrada dos morros no Rio de Janeiro.

5) Maior defeito de um repórter cinematográfico:

- Não ter consciência da importância da imagem, não ter atitude, ser desatento e não ter um olhar aguçado, ser desinformado sobre a pauta, não dominar seu equipamento e não saber trabalhar em equipe.

6) E de um repórter?

- Se achar mais importante do que a notícia, não dar importância à imagem, não trabalhar em equipe.

7) Câmeras modernas salvam repórteres cinematográficos limitados?
- Salvam em algumas limitações técnicas, mas não na construção da reportagem, na sensibilidade e nos enquadramentos.


8) Repórter-cinematográfico deve interferir na edição?

- Pode contribuir na elaboração da edição, sugerindo imagens, pois afinal ele que foi a campo; mas sempre respeitando o trabalho do editor de imagens.

9) Como a tecnologia está influenciando no papel do repórter cinematográfico?

- Tem modificado o perfil. Em algumas situações é interessante que ele saiba editar. Ele está cada vez mais ágil, independente, mais informado e versátil.

10) O que é mais importante no olhar do repórter cinematográfico?

- Ter sensibilidade para perceber o fato que pode acontecer e a capacidade de enxergar o detalhe, que muitas vezes, faz a grande diferença.

11) Cinegrafista mulher tem espaço?

- Sim, com o avanço tecnológico e equipamentos mais leves o caminho está aberto para elas brilharem na profissão.
12) Há diferença em trabalhar com repórter homem ou mulher?

- Não faz diferença. O mais importante é a parceria, respeito, afinidade e capacidade profissional.

13) Que peso o repórter cinematográfico deve ter na construção da matéria?

- Deve ter participação efetiva na construção da matéria, pois é o responsável pela captação das imagens. Quanto mais informado estiver, maior a chance de êxito da reportagem.

14) Dica para repórteres cinematográficos novatos:

- É fundamental fazer curso e passar por um bom treinamento, isto faz a diferença. Sempre que precisar ajuda, buscar informações com profissionais mais experientes para rever as suas imagens e as dos colegas. Ter senso crítico, buscar atualização, saber trabalhar em equipe e estar sempre pronto para notícia são prerrogativas.

15) Dica para repórteres novatos:

- Não seja maior que a notícia, trabalhe em equipe com o repórter cinematográfico e cheque as informações.

16) Qual o tipo de reportagem mais desafiante?

- São aquelas reportagens que existe um grau de dificuldade muito grande tanto em conseguir informações como na captação de imagens, lugares desconhecidos, investigativas, conflitos, desastres naturais, cobertura de grandes eventos, reportagens especiais.

17) Como percebe o olhar dos editores e chefes de reportagem sobre o trabalho dos repórteres cinematográficos?

- As chefias que não têm conhecimento de campo podem pecar na avaliação do trabalho apresentado.

18) Repórteres Cinematográficos que fizeram história: (quem, de qual veículo ou ocasião)

- Todo profissional que trabalha no dia-a-dia está fazendo parte da história. Vou citar três num universo grandioso de ótimos profissionais:
. Repórter Cinematográfico Paulo Pimentel, Rede Globo, na reportagem da queda do Muro de Berlim em setembro 1989, um dos maiores simbolos da guerra fria.
. Repórter Cinematográfico argentino Leonardo Henrichsen, que registrava imagens para a TV Sueca e sem saber filmou sua própria morte. Cobria o motim conhecido como "Tanquetazo", em 1973, no Chile, quando foi assassinado por um militar.
. Repórter Cinematográfico Orlando Moreira, que trabalha na Globo desde antes da criação do Jornal Nacional, registrou vários momentos históricos,como a Revolução dos Cravos em Portugal, participou de duas quedas de ditaduras, Salazar em Portugal, e Franco, na Espanha. Trabalhou na cobertura dos ataques ao World Trade Center e muitas outras.

19) O telejornalismo mudou?
- A tecnologia propiciou um avanço extraordinário na velocidade da informação. Por exemplo, uma guerra pode ser assistida em tempo real.

20) As TVs usam cada vez mais imagens de populares com celular ou câmeras fotográficas. Isso preocupa?


- O que me preocupa é vulgarização das imagens, onde qualquer pessoa se acha capaz de registrar as imagens. Ainda prefiro acreditar que vai prevalecer a qualidade e o olhar do profissional.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

DECUPAGEM: O NOME É FEIO, MAS PRATICAR É FUNDAMENTAL!

A reportagem em TV é geralmente uma corrida contra o relógio, todos sabemos. O fantasma do deadline está sempre assombrando, com a ajuda dos produtores e chefes de reportagem que ficam no telefone ou no rádio apressando a equipe que está na rua.

Muitas vezes o repórter chega na emissora sem tempo algum para redigir texto no computador e gravar off na cabine. Vem com o off escrito dentro do carro da reportagem, durante o trajeto de volta, num papel qualquer, e grava ali mesmo. Na TV, resfolegando, mal consegue largar a fita ou disco na mão do editor de imagens, pois o jornal começa logo

Ok, isso é comum.
É do jogo, e é preciso saber jogar assim.
Mas na real, o dia a dia não precisa ser tão frenético.

Excetuando-se os factuais ou outras circunstâncias que prendem as equipes na rua até o limite do deadline – ou além dele -  a rotina, se bem administrada, pode ser menos tensa e mais produtiva.

Se o repórter e sua equipe souberem conduzir a captação de imagens, as entrevistas e a gravação da passagem com equilibrio, controlando bem o tempo, fica mais fácil finalizar o material quando chegar na emissora. E isso pode fazer muita diferença no resultado final.

É onde entra a DECUPAGEM.

Ter tempo para sentar na ilha de edição e olhar tudo que foi gravado é essencial para ter um olhar mais abrangente da matéria e suas possibilidades.

É assistindo as imagens que podemos perceber nuances de som ambiente que na rua não notamos; é ali que podemos descobrir uma fala ou ruído importante captados pelo microfone da câmera, e que nem repórter nem cinegrafista ouviram na hora.

Muitas vezes uma fala de alguém fora de quadro ou não, captada durante a gravação das imagens, tem mais força que a entrevista gravada.

As imagens do repórter conversando com o entrevistado antes da entrevista podem conter, no áudio 2 (da câmera),  declarações mais originais, espontãneas e contundentes, do que aquelas feitas quando o entrevistado já está enquadrado, posicionado, falando calculadamente para o repórter.    

Analisar as imagens com calma também é fundamental para o repórter ter uma noção clara dos recursos que vai ter para contar a sua história.
Não é raro que um take ou uma sequência descobertos na hora da decupagem mudem toda a concepção do roteiro inicialmente pensado.

Até mesmo a entrevista gravada, ainda que esteja “fresca” na memória do repórter, pode revelar outras falas importantes – ou sons de fundo - na hora da revisão.

Portanto, sempre que possível, o ideal é administrar bem a duração do trabalho na rua, para poder chegar na emissora com tempo de fazer a decupagem.

Isso pode fazer, repito,  toda diferença na finalização da matéria.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

SALAAM ALEIKUM, JORNALISTAS!

“Mak tub”, ou “estava escrito”, diz o milenar adágio árabe para descrever situações que o destino já previa.

Os acontecimentos de agora no Egito são uma espécie de confirmação contemporânea destas palavras tão recitadas ao longo dos séculos.
Mas, se durante este tempo todo havia muito de resignação nestes dizeres, os fatos de hoje já sugerem uma releitura.

Para nós, jornalistas, é essencial aproveitar o momento para exercitar um olhar mais apurado sobre a parte do mundo que envolve o norte da África e o sempre conturbado Oriente Médio - que para boa parte da categoria ainda é um universo cheio de mistérios, e pior ainda, saturado de preconceitos, estereótipos e outras distorções.

A força da mídia ocidental colaborou muito para que tivéssemos uma visão fantasiosa e negativa sobre os muçulmanos e seu modo de vida.

Os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA só fizeram aumentar o nosso olhar atravessado para os povos de burka, túnica e barba. A própria definição de Oriente Médio é motivo de confusão na cabeça dos coleguinhas, especialmente os da nova geração.

Quantos não imaginam que a população do norte da África é composta basicamente por tribos de negros reluzentes e cheios de adornos como os zulus?

Egito, Líbia, Marrocos e outros países da região são bem diferentes do que alguns imaginam.

Muitos dos profissionais de hoje estavam terminando o colégio e se preparando para entrar na faculdade quando os aviões derrubaram as torres gêmeas.

Entraram no mundo acadêmico contaminados pela histeria mundial disseminada pela mídia global contra os muçulmanos, diante da barbárie realmente inominável dos atentados.

Esta geração, que cresceu doutrinada pelos games e a web, acompanhou pela TV os bombardeios-show no Iraque e no Afeganistão.

As duas guerras do Golfo ganharam a aura de uma nova Cruzada. Ou seja, mil anos depois, o “mundo civilizado” novamente precisava dar uma lição nos bárbaros do deserto, aquela gente que acha o máximo morrer e matar o maior número de pessoas ao redor, só para ganhar o paraíso...

Os novos ventos que sopram no Oriente Médio e no norte da África precisam ser percebidos pelos jornalistas mais jovens. Mais que isso, precisam ser interpretados com espírito desarmado. E à luz do conhecimento e da sensatez, para que saibamos divulgar estas mudanças com a responsabilidade que a nossa missão exige.

Vejamos então: o Irã, em que pese a mão de ferro do baixinho atômico Ahmadinejad, já experimentou nos últimos tempos manifestações populares antes impensáveis. O Iraque, apesar da tutela dos EUA, tenta se reorganizar como nação, e criar um arremedo de democracia. No Afeganistão, também sob a batuta do Tio Sam, a cratera é mais embaixo, mas mesmo com os Talebãs insistindo em ficar na Idade Média, a tendência a longo prazo é de mais flexibilidade.
A questão palestina hoje também ganha, entre uma Intifada e outra (ei rapaziada foca, sabem o que é isso?), mais espaço para  negociação.

Mubarak levou a maior pressão dos egípcios nos últimos dias, e renunciou quando viu que a situação era insustentável e era preciso arejar a nação.

Nada disso teria acontecido se a população, encorajada pela mobilização popular que acabou com os 40 anos de jogo duro de Bem Ali na Tunísia há poucas semanas, não tivesse ido às ruas cheia de fome por liberdade, emprego e democracia.

Muita coisa ainda vai mudar por lá, coleguinhas. E é preciso estar atento, não apenas para contar vítimas de homens-bomba e saber pistas do paradeiro do Bin Laden.

O Oriente Médio e o norte da África estão mudando, muito lentamente, mas inexoravelmente.

Mak tub!

 


domingo, 6 de fevereiro de 2011

O PIRATA DÁ SHOW DE REPORTAGEM E SAQUEIA OS PADRÕES!

O telejornalismo, pela natureza do meio televisão, geralmente tem grilhões que mantém a performance dos repórteres aferrada a conceitos que muitas vezes não levam em consideração o passar do tempo e as mudanças na percepção do público.

Nós, profissionais de televisão, desde o primeiro dia de profissão somos condicionados a uma espécie de “manual de posturas” para quem aparece no vídeo.

Muitos conceitos se cristalizaram ao longo do tempo e viraram dogmas inquestionáveis, mesmo que na prática ninguém mais ligue para aquilo.

São mil regrinhas, algumas que ninguém sabe explicar de onde vieram, quem ditou o modelo e porquê.
Só se sabe que é preciso obedecer porque é assim e pronto.

Editores e chefes de reportagem conservadores e pouco afeitos à “ousadias” contribuem para perpetuar regras que não passam de preciosismos. Ou comodismo mesmo.

Tem editor que implica com os repórteres por causa do corte de cabelo, com a roupa, etc. E muitas vezes discussões bobas acabam até derrubando boas matérias em nome de um conceito ultrapassado.

Claro que televisão é imagem, e cuidados estéticos são necessários.

Mas antes de invocar regulamentos de postura que ninguém sabe mais como surgiram, o que deve prevalecer é o bom senso.

Cito então um exemplo de como é possível quebrar alguns conceitos, desde que, claro, se tenha “bala na agulha” para isso:

Há alguns anos, eu estava em Buenos Aires, Argentina, cobrindo para a Rede Globo mais uma das tantas crises financeiras dos “hermanos”.

Antes de dormir, cansado e zapeando na TV do hotel, parei para assistir uma reportagem da TVE espanhola.

Havia me chamado a atenção a forma de narrativa da reportagem.

Era uma matéria longa, como se fosse um Globo Repórter, relatando o caos que se instalara numa cidadezinha boliviana atingida pela erupção de um vulcão.

Me prendeu a atenção o fato da narrativa ser conduzida basicamente pelo som ambiente: só se ouvia o som dos tumultos nos saques, a gritaria das ruas enquanto o exército tentava instalar a ordem, sirenes, pessoas fazendo apelos diretamente para a câmera, os gritos dos soldados.

O repórter não parecia nunca. De vez em quando ele entrava com uma frase em off.

Mas sempre com uma frase precisa, dizendo exatamente o que seria necessário para amarrar a narrativa e manter o clima da matéria.

Eu já estava encantado com aquilo! Eu mal ouvia o repórter e a matéria havia me hipnotizado, pela forma de condução.

Eis então que o repórter aparece em cena!

Levei tamanho susto que me sentei na cama, num pulo com os olhos arregalados diante daquela visão inusitada:

O repórter, um tipo veterano, de barba, usava um tapa olho preto,  com a tira diagonal atravessando a testa, igualzinho aos piratas do cinema!!

Aquilo me pareceu bizarro por alguns segundos, mas logo me dei conta que aquele visual era uma marca do sujeito, uma concessão da emissora dele, diante do calibre do profissional.

A matéria estava sendo tão magistralmente conduzida que aquilo que para nós seria uma afronta aos nossos padrões de estética televisiva, naquele contexto era um mero detalhe num excelente trabalho de cobertura. 

OK, adotar visual de Barba Negra não faz de ninguém um grande jornalista.

Mas vale a pena ter pelo menos a atitude sensata de questionar eventuais imposições de estilo e estética - lembrando que isto só vale para quem sabe o que está falando.  

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A PASSAGEM: QUANDO O REPÓRTER MOSTRA QUEM É! (1)

A “passagem” (ou boletim, como se dizia há algum tempo) é o momento em que o repórter aparece na reportagem falando para a câmera.

É parte essencial numa matéria de TV, pois identifica visualmente quem está contando aquela história, e exerce um papel fundamental na amarração da narrativa.

Ao elaborar a passagem, o repórter tem que levar em consideração muito mais que a sua imagem pessoal na matéria.

É aí que entra a maturidade e a personalidade do jornalista.

É preciso que o repórter entenda que ele é o “contador da história”, o condutor da narrativa, mas não é o dono da matéria e muito menos a “estrela” da reportagem.

José Henrique, hoje repórter cinematográfico de elite da Rede Globo e com quem tive a honra de trabalhar muitos anos na RBSTV, costuma dizer que a passagem, para ele, é 70% da matéria. Claro que o Zé diz isso com algum exagero, mas ele o faz assim mesmo para reforçar o conceito de que uma passagem bem pensada e bem executada é mais que meio caminho andado para o sucesso de uma reportagem de TV.

Isso quer dizer guardar para a passagem uma informação forte, valorizando a participação do repórter, e gravar no momento e cenário apropriados, com o máximo de capricho na composição da imagem.

A passagem tem que ser muito bem discutida entre o repórter e o repórter cinematográfico.
Assim como o repórter tem que escolher uma informação consistente para aquele momento, ele tem também que levar em consideração a opinião do câmera nos aspectos relacionados ao ambiente da matéria e a forma como a narrativa está sendo conduzida.

Um erro comum, especialmente entre os repórteres novatos,  é querer aparecer no momento crucial da matéria. Este momento, NUNCA SE DEVE ESQUECER, É DO REPÓRTER CINEMATOGRÁFICO, O CARA DA IMAGEM, E NÃO DO JORNALISTA!

Um exemplo do que um repórter NUNCA deve fazer na hora da passagem:

Imaginemos uma reportagem sobre um seqüestro.
Lá está o bandido com o refém na mira da arma, policia negociando à distância, imprensa toda com as câmeras apontadas para o desfecho.

O bandido vai se entregar e liberar o refém. É a imagem principal, a imagem da manchete, da abertura do telejornal.

E aí o repórter decide que vai fazer a passagem naquele momento, achando que vai estar protagonizando o instante máximo da notícia do dia.

Erro um: achar que ele é mais importante que a matéria, ocupando o momento principal do fato.

Erro dois: coloca o repórter cinematográfico sob o risco de perder a imagem, pois o repórter estará em primeiro plano. Se errar o texto, lá se vai a imagem e a passagem, pois nestas horas não há segunda chance.

E a equipe volta para a emissora sem a imagem que todas as demais terão.

Quero ver explicar para o editor-chefe...

No próximo texto, a postura do repórter em diferentes tipos de passagem.